segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Policiais acabam presos por tentar matar GCM

O mandante do crime é o homem que contralava os jogos de azar em quatro cidades da Grande São Paulo
O homem acusado de controlar o esquema de jogos de azar em quatro cidades da Grande São Paulo e três PMs, apontados como autores de uma tentativa de assassinato a mando do bicheiro, foram presos nesta sexta-feira durante ação conjunta do Ministério Público, Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar.
As investigações do MP apontam que Gilson Sobral de Oliveira comandava casas de jogos em Itapevi, Jandira, Barueri e Santana do Parnaíba.  Grampos telefônicos registraram negociações do bicheiro nessas cidades.
Gilson passou a ser alvo de apuração quando o guarda municipal Ulisses D’Amico sofreu uma tentativa de assassinato em 3 de abril. Os policiais militares Adriano Ramos, Vanderlei Gomes e Leandro da Silva Santos, todos da 4ª Companhia do 20º Batalhão (Itapevi) estavam, segundo o Ministério Publico, fardados em um carro descaracterizado e atiraram em Ulisses após uma discussão. O assassinato foi uma ordem de Gilson, que acreditava ter sido enganado pelo guarda.
LIGAÇÕES PERIGOSAS/ O monitoramento dos telefones do bicheiro também permitiu à investigação descobrir a ligação  entre Gilson e outros PMs da região. Segundo a promotora Sandra Reimberg, uma das responsáveis pelo caso, há indícios do envolvimento de policiais na tentativa  de homicídio a uma outra guarda municipal neste ano e em outras duas mortes, cuja data não foi revelada. “Percebemos nesse (o atentado a Ulisses) e em casos anteriores que as pessoas que desagradavam a Gilson por motivos diversos (eram mortas)”, afirmou a promotora.
Além dos mandados de prisão, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em três das quatro cidades onde Gilson atuava. Foram encontrados diversos documentos que comprovam a ligação dele com o jogo ilegal.

Essas provas abrem novos rumos para o processo contra o bicheiro. Há documentos que indicam suposto envolvimento com lavagem de dinheiro. A quantia sonegada era enviada para contas de Gilson e do filho na Flórida, Estados Unidos.
Outro crime pelo qual Gilson será investigado é uma possível fraude na licitação feita pela prefeitura de Barueri para o serviço de guinchos na cidade. A informação será apurada pela promotoria do município.
Os três policiais militares foram levados para o Presídio Romão Gomes, Zona Norte, na tarde desta sexta. O DIÁRIO não teve acesso à defesa deles e a de Gilson. O Comando da Polícia Militar foi procurado, mas até o fechamento desta edição não se manifestou.
O Ministério Público informou que as investigações continuam. Por enquanto, não pretendem pedir prisão de mais envolvidos além dos quatro presos. A promotoria vai calcular, através dos documentos, qual era o lucro do bicheiro.

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